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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

ENERGIA EÓLICA VIRA "PRÉ-SAL DO SERTÃO" NA BAHIA

No próximo dia 30, a francesa Alstom inicia a produção de aerogeradores no Polo Industrial de Camaçari, região metropolitana de Salvador. Com a entrada em atividade, após investimentos de R$ 50 milhões, a empresa será a segunda no Estado a produzir maquinário para transformar vento em energia elétrica — a espanhola Gamesa está instalada desde julho no polo, após investimento semelhante.

Além delas, a americana GE Energy já assinou um protocolo de intenções com o governo da Bahia para se tornar a terceira a fabricar aerogeradores na Bahia, com investimento inicial projetado de R$ 45 milhões. A dinamarquesa Vestas, a maior do mundo no setor, também negocia com o governo. E a Torrebras, subsidiária brasileira da espanhola Windar Renovables, quer ser a primeira fábrica de torres eólicas no Estado.

Vento forte. Bahia concentra 20% do total de potencial energético do País

Em comum, as empresas tentam aproveitar o grande potencial eólico brasileiro — em especial o baiano — e o momento propício. A energia eólica virou uma espécie de queridinha entre administradores públicos do País.

“Nosso objetivo é transformar a Bahia em um pólo de construção de equipamentos aerogeradores para suprir toda a demanda não só da Bahia, mas do Brasil e até de toda a América Latina”, diz o governador Jaques Wagner.

Diversificação

O fenômeno foi iniciado na metade da década passada, quando o governo federal decidiu apostar na diversificação da matriz energética do País.

Considerada uma das formas ambientalmente menos agressivas de geração de energia elétrica e de mais rápida instalação, a eólica rapidamente passou a ter posição de destaque nas discussões.

Na Bahia, o grande potencial para extração de energia elétrica a partir dos ventos foi facilmente identificado. “Os ventos baianos são considerados um dos melhores do mundo, por serem unidirecionais e constantes”, afirma o diretor de Operações da Renova Energia, o principal investidor brasileiro do setor, Renato Amaral.

Outra característica que diferencia o Estado dos demais, em especial dos vizinhos nordestinos, é que os melhores ventos para a produção de energia não são registrados no litoral, mas exatamente na área mais pobre do território, o semiárido. A frequência dos ventos, que ficam mais fortes nas épocas de seca — registrada entre oito e dez meses por ano na região — também é tratada como benéfica entre os produtores.

Por causa dessas características, a produção de energia eólica na Bahia ganhou o apelido de “pré-sal do sertão” entre os mais entusiasmados. O fato de estar longe do litoral também facilita alguns trâmites burocráticos.

“Construções desse tipo perto do litoral são mais complexas do ponto de vista ambiental e logístico”, diz o diretor-presidente da Desenvix, José Antunes Sobrinho. A empresa será a responsável pela inauguração do primeiro parque eólico baiano, no início do ano que vem.

O principal entrave para a disseminação da tecnologia pela Bahia era o custo de produção desse tipo de energia. Não mais. O volume de contratos e a oferta, cada vez maior, de componentes para torres eólicas derrubaram os custos, tornando a alternativa eólica uma das mais baratas.

Leilões

O governo federal realizou três leilões para exploração de áreas entre 2009 e 2011. Desse total de áreas leiloadas, 52 estão localizadas na Bahia, Estado que concentra 20% do total de potencial energético comercializado no País — 1,4 mil megawatts (MW) dos 7 mil MW envolvidos nos leilões. O montante corresponde a mais de 10% do total de energia produzida nas hidrelétricas e termelétricas no Estado hoje, cerca de 11 mil MW.

Os investimentos já confirmados pelas empresas no Estado chegam a R$ 6 bilhões, mas a projeção é que alcancem dez vezes esse montante nos próximos anos, fazendo com que a Bahia seja o principal produtor desse tipo de energia no País.

O potencial energético, considerando a tecnologia disponível — com o uso de torres de 100 metros de altura no lugar das de 60 metros, as mais comuns hoje –, por exemplo, chega a 29 mil MW. Algo como mais de duas usinas de Itaipu, operando na capacidade máxima, ou 20% do potencial total de produção de energia eólica do País.

Primeiro parque eólico da Bahia entra em operação em janeiro

O primeiro parque eólico baiano, instalado pela Desenvix em Brotas de Macaúbas, 590 quilômetros a oeste de Salvador, na Chapada Diamantina, deve entrar em operação no início do ano que vem. São três áreas licitadas, cada uma com capacidade de 30 megawatts (MW), onde foram instaladas 57 torres eólicas.

O investimento é de R$ 400 milhões, incluindo a aquisição de 40% da área onde está instalado o parque. Os 60% restantes pertencem apequenos produtores rurais, que vão receber royalties pela operação.

Até o fim de 2012, é esperada a inauguração de 18 parques no Estado, responsáveis pela produção de 413,6 MW, que vão fazer da Bahia o principal polo de energia eólica no País. Até 2014, espera-se que o montante produzido alcance pelo menos 1 mil MW.

O maior parque eólico brasileiro, da Renova Energia, será distribuído entre os municípios vizinhos de Caetité, Guanambi e Igaporã, no centro-sul baiano, tem previsão de inauguração para julho do próximo ano.

Inicialmente, o parque, fruto da compra de 14 áreas pela empresa no primeiro leilão do governo federal, em 2009, terá 184 aerogeradores, com capacidade de produção de 294,4 MW.

O investimento para o início da operação é de R$ 1,17 bilhão - e será acrescido de R$ 800 milhões para a ampliação do parque, com as aquisições das seis áreas adquiridas no leilão de 2010, que vão anexar mais 153 MW à produção a partir do fim de 2013.

No leilão deste ano, realizado em agosto, a empresa adquiriu mais nove áreas na região, para exploração de 212,8 MW.

FONTE - SINDIPESA

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