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segunda-feira, 6 de junho de 2011

NA ROTA DAS SUPERCARGAS


Condições precárias da malha rodoviária, limites impostos pelas concessionárias para a passagem das cargas, além do alto custo das operações e falta de conhecimento de alguns órgãos públicos. Estas são as principais dificuldades enfrentadas pelas empresas responsáveis pelo transporte de produtos superpesados, também conhecidos como cargas projeto ou produtos indivisíveis. Ao menos esta é a opinião de Bylly Washington, supervisor operacional da Irga Lupercio Torres S/A, companhia brasileira que atua há 70 anos no setor, e de outros executivos que trabalham neste nicho de mercado como Luiz Natal, diretor operacional da Transdata, transportadora de cargas complexas há três décadas.

Segundo o executivo, a maioria dos problemas do segmento está relacionada com a qualidade das estradas. “Não recebem (as estradas) a atenção necessária por parte dos organismos. Pontes e pavimentos, principalmente nas regiões Norte e Nordeste não tem sido alvo de programas de manutenção, investimentos e estradas importantes têm muitas restrições de trânsito inviabilizando o transporte de cargas superpesadas”, conclui o diretor.

João Batista Dominici, vice-presidente executivo da Sindipesa (Sindicato Nacional das Empresas de Transporte e Movimentação de Cargas Pesadas e Excepcionais), reforça a opinião dos executivos. De acordo com Dominici, há muita burocracia no Brasil para regulamentar o trajeto de tais produtos e o despreparo de grande parte dos órgãos para tratar da concessão das Autorizações Especiais de Trânsito (AET) - documento necessário para todo veículo que exceda os limites de carga impostos pela resolução 210/2006 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) - ocorre em alto grau. O vice-presidente do sindicato ainda aponta que em alguns estados, como São Paulo, as taxas e tarifas sobre essa modalidade de transporte são excessivamente caras.

Além destes fatores, o transportador de superpesados cumpre também requisitos como escolha do veículo carregador, delineamento do itinerário utilizado e programação junto a concessionárias das rodovias determinando datas e horários de trânsito a serem preenchidos. Consulta a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de cada cidade percorrida durante o percurso é outra ação essencial. A passagem de uma enorme carga pela estrada requer conhecimento antecipado dos obstáculos existentes durante o trajeto, como explica Bylly Washington. “Leva-se em consideração os aspectos geométricos e estruturais”, ressalta o supervisor operacional da Irga. Na Transdata a rotina ocorre da mesma forma.

A velocidade dos veículos transportadores de superpesados muda de acordo com o tipo de produto a ser carregado. “Ela é determinada pelas licenças especiais e depende do peso e dimensões das cargas, sendo assim para cargas superpesadas a velocidade não ultrapassa 10 km/h e quando percorrida travessia de pontes e viadutos 5 km/h”, detalha Natal. O supervisor operacional da Irga, por sua vez, afirma que na empresa a velocidade utilizada é em média de 30 a 40 kms.

Enquanto na Transdata, veículos como cavalos tratores de potência até 520 HP, linhas de eixos, pranchas rebaixadas, e equipamentos especiais como vigas e gondolas, são utilizados para o transporte dos superpesados, a Irga trabalha também com pranchas, linhas de eixo e jamantas. Segundo o diretor operacional da Transdata, os motoristas do segmento devem ter muito controle, calma e paciência. Já Washington frisa que não há curso preparatório para a área, mas é preciso à habilitação em CNH Categoria E. “O motorista vai adquirindo experiência com os outros que estão a mais tempo executando estes tipos de serviço” finaliza o supervisor operacional.

Na Transdata, a maior carga já transportada pesava 320 toneladas, o carregamento ocorreu entre as cidades de Sorocaba e Mauá, ambas localizadas no Estado de São Paulo e durou aproximadamente 20 dias. Pela Irga, as estradas do Rio Grande do Sul sentiram o peso de 243 toneladas durante o transporte de uma fracionadora levada do porto do Estado até o município de Canoas.

FONTE - O CARRETEIRO

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